quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Papel do Obstreta no Incentivo ao Aleitamento Materno

Ao contrário do que ocorre com os outros mamíferos, a mulher não amamenta como um ato instintivo. Por essa razão, ela deve aprender a realizar o aleitamento materno.
Imagem: Olho de Hórus


Neste contexto, o Médico Obstetra que é um dos primeiros profissionais da saúde a ter contato com a gestante, pode e deve participar ativamente desse ensinamento.


O Obstetra tem várias oportunidades de atuação desde o início do pré-natal até o final do puerpério (período relacionado ao parto), de modo que suas condutas podem se constituir em poderosas armas a favor do aleitamento materno. Veja a seguir:

No Pré-Natal
  • Examinar as mamas, explicar sua função e a importância do aleitamento materno;
  • Mostrar a saída do colostro e explicar sua finalidade;
  • Informar as gestantes sobre as eventuais dificuldades na amamentação e as maneiras de superá-las;
  • Alertar para os procedimentos ou atitudes contrárias à amamentação;
  • Conscientizar os familiares sobre a necessidade de apoiar a mulher que amamenta.

No Trabalho de Parto
  • Manter o ambiente tranquilo para a parturiente (mulher em trabalho de parto);
  • Incentivar a presença de acompanhante;
  • Utilizar todos os recursos disponíveis para alívio da dor, evitando substâncias entorpecentes que possam prejudicar a emoção do primeiro contato mãe-filho.

No Parto
  • Promover a integração da equipe para que todos ajudem mãe e filho a iniciar a amamentação o mais cedo possível, contribuindo para maior vínculo entre eles e maior chance da mãe amamentar por tempo prolongado;
  • Evitar, sempre que possível, o uso de anestesia geral ou de entorpecentes;
  • Quando indicada, proceder à episiotomia (corte no períneo que tem o objetivo de "facilitar" a saída do bebê e prevenir lacerações), de tal modo que a mãe possa sentar e caminhar sem dor;
  • Colocar o recém-nascido sadio sobre o ventre da mãe, mantendo-o assim pelo maior tempo possível;
  • Estimular o contato físico e o contato visual entre a mãe e o bebê;
  • Motivar a primeira mamada ainda na sala de parto;
  • Incentivar a presença do pai na sala de parto;
  • Lembrar a equipe que os procedimentos de rotina com o recém-nascido sadio (identificação, medição, pesagem e outros) podem esperar o primeiro momento entre mãe-filho.

Na Cesariana
  • Optar por anestesia peridural e, como segunda escolha, raquianestesia, ficando a anestesia geral restrita a situações excepcionais;
  • Orientar para que o recém-nascido com boa vitalidade permaneça junto com a mãe o maior tempo possível;
  • Estimular o contato físico e o contato visual entre a mãe e o bebê e, se possível, a primeira mamada;
  • Prescever soro de hidratação pelo menor tempo possível;
  • Aliviar a dor com analgésicos não entorpecentes para que a mãe seja capaz de cuidar do recém-nascido.

No Puerpério
  • Estimular a mãe a permanecer ao lado de seu filho 24 horas por dia, em alojamento conjunto, desde o parto imediato, inclusive durante a recuperção anestésica;
  • Orientar a mãe para os cuidados com as mamas e os mamilos;
  • Observar a pega e o posicionamento do bebê na mamada e, quando necessário, corrigí-los;
  • Tratar intercorrências locais sem interromper a lactação;
  • Incentivar a mãe a amamentar seu bebê sob livre demanda, sem horário pré-estabelecido;
  • Caso o recém-nascido não possa sugar, ensinar a ordenha (extração do leite) e como armazenar o leite, garantindo a produção do leite e a nutrição com o leite humano.

No Acompanhamento
  • Apoiar e orientar as mães trabalhadoras no que se refere às leis trabalhistas que protegem o aleitamento materno;
  • Apoiar e divulgar a NBCAL (Normar Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes);
  • Desestimular o uso de mamadeiras, chupetas, leites artificiais;
  • Acompanhar o binômio mãe-filho para evitar desmame precoce;
  • Aproveitar consultas médicas para avaliar a prática da amamentação;
  • Prescrever método anticoncepcional que não interfira na lactação;
  • Informar que os Bancos de Leite Humano são as unidades disponíveis a auxiliar a mãe sobre todos os aspectos envolvendo amamentação.

Fonte: Manual de Aleitamento Materno da Federação Brasileira
das Associações de Ginecolgia e Obstetrícia - 2010.

(Postado no blogger por S.G.M.O.G.)

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